O jogo ainda não acabou

Está 2 a 0, faltam 15 minutos para o fim (fora os acréscimos) e o adversário esmoreceu. Ainda assim, o governo não pode relaxar e começar a pensar na cerimônia da entrega da taça e no churrasco pós-título, nem a torcida cantar vitória, como vêm fazendo.  Ainda há coisas para dar errado nessa Copa e a oposição (que, no Bananão, é igual a veículos de comunicação) ainda podem tentar uma virada de fim de jogo e pelo menos arrancar o empate.

O que pode dar errado? Bem, pode começar com a eliminação, amanhã, diante da Colômbia. Não tem nada a ver com o governo, é com o Felipão, o Neymar, o Fred, etc, mas e daí? Os VCs sempre dão um jeito de – manipulando aqui, distorcendo ali, omitindo acolá –  jogar qualquer coisa no colo de Dilmão. Sem contar que o noticiário político, obliterado nas últimas semanas, voltaria com força e é sempre um prato cheio para os coleguinhas, especialmente os colunistas amestrados.

Se a camisa pesar e a gente passar para as semifinais (só no futebol, vai ser complicaaado….), ainda há chance de empate, apesar do tempo diminuir para a oposição, já que, mesmo perdendo na terça, o time jogaria ainda no sábado, pelo terceiro lugar. Se os argentinos chegarem à final, é certo que os “barra bravas” invadirão o Rio e não apenas para ver o jogo. Juntando-se com o “black blocs” – que poderão concentrar suas tropas politicamente estropiadas para um último esforço visando estragar a festa – daria para criar uma bela confusão, a ser usada pelos VCs/oposição para atacar o governo.

Certamente não são chances de gol das melhores e, por isso, esta semana houve uma disparada de coleguinhas arrependidos por terem vaticinado, por anos, o caos e a vergonha que se abateriam sobre o país durante a Copa, por culpa do governo. Mea-culpa mesmo, houve um mais ou menos de J.R. Guzzo, da Veja, revista confessadamente reacionária e antipetista. Mais ou menos por que, apesar de ter afirmar que os VCs falharam feio em fazer o trabalho que são pagos para fazer, ainda assim torce e retorce o raciocínio para dizer que o sucesso da Copa nada tem a ver com o governo – e ainda retorna à ladainha antiga prevendo novo caos, agora nos Jogos Olímpicos de 2016 (algo que, aliás, a Superinteressante, também da Abril, já havia feito na sua edição especial sobre a Copa).  Outros coleguinhas, como Rosângela Bittar, chefe da sucursal do Valor em BSB, também já admitiram a derrota, seguindo assim a primeira a desistir da secação – a editora do “Encontro com Fátima Bernardes”, Mariliz Jorge, em coluna na Folha (que também atribui o sucesso totalmente ao “emocionante povo” e nada ao governo (este teria feito tudo errado, apesar de tudo estar tudo dando certo…).

A Globo, por meio do JN, como a Veja, também reconheceu a derrota, mas de maneira muito ridícula, atribuindo todo o terrorismo antiCopa à imprensa estrangeira. Esta realmente tem culpa no cartório, mas mais pela preguiça de seus correspondentes, que “apuram” 80%  de suas matérias sem sair de casa, lendo os VCs brasileiros, estes sim os verdadeiros derrotados nesse jogo que ainda está acabando. Por esse motivo, Folha, Globo e Estado de São Paulo (jornal que anunciou o acordo PCC-black blocs para tocar terror na Copa, matéria forte concorrente ao King of the Kings-2014) ainda não deram a mão à palmatória oficialmente. Ainda torcem para que algo dê errado e seja possível reagir, evitando a derrota política.

Para que fique claro que foram os veículos de comunicação brasileiros que deram o tom do terror antiCopa, veja abaixo um levantamento do Jornal GGN.