No pescoço

Tenho o prazer de ser confrade de João Luiz Albuquerque no Núcleo de Inteligência Tricolor (NIT). É sempre um deleite ler as suas mensagens, cheias de efeitos e trivelas, como os chutes de Rivellino. O que vai abaixo é uma mostra da verve de João, que detona o ridículo francês Jérome Valcke, secretário-geral da Fifa, autor da ameaça de desfechar um pontapé no traseiro dos brasileiros (sendo pusilanimemente apoiado por vários coleguinhas) por estarmos discutindo os termos para sediar a Copa do Mundo de 2014. Com vocês, João Luiz, aliás, um especialista em dar pontapés em traseiros:

“Francês não aprende. Aqui no Brasil, toda vez que mete o bedelho nas coisas brasileiras, leva guilhotinada no cangote.

A bola da vez foi o secretário-geral da FIFA, Jérome Valcke, que mandou ver: o Brasil precisa de um chute na bunda, nem sei se o fato dele ser filhote da área de marketing tem a ver.

Sempre com toda aquela pompa e arrogância coloniais, ignoram solenemente o backup da História e olha que nem estou aí para a Indochine française e os pieds noirs, quede toda aquela fama da cultura francesa? Fico só no eles contra a gente. Parece que os franceses não conseguiram absorver nossos ponta-pés nas bundas de:
1. Nicolas Durand, sieur de Villegaignon
2. Nos soldadinhos da Maison de Pierre, litoral de Cabo Frio
3. Na do Duclerc, que partiu da Barra de Guaratiba para tomar a cidade do Rio de Janeiro, via rua de Mata-Cavalos, hoje a rua do Riachuelo, aquela que dá nos Arcos da Lapa. Na tentativa que não deu em nada, além de perder 400 dos seus gendarmes, ficou preso na atual rua da Quitanda – a da antiga sede da CBD e CBF – e foi assassinado por um grupo de encapuzados da Terra Carioca.

Mais dois belos e certeiros coup de pied aux fesses: a expulsão das forças da Companhia Francesa das Índias Ocidentais, sob o comando do Capitão Lesquelin, em fins de 1736, do que eles chamavam de île Dauphine, a sempre nossa Fernando de Noronha e A Questão do Amapá, também conhecida como Contestado Franco-Brasileiro.

A França não reconhecia o rio Oiapoque como limite entre a Guiana Francesa e o Amapá e aí peitou tomar parte do território brasileiro. Tropas francesas invadiram o Brasil até ao rio Araguari, metendo a mão nuns 260.000 quilômetros quadrados nossos.

Depois da indicação de Ruy Barbosa, o Barão do Rio Branco se meteu e com sua doce lábia de gênio diplomático, levou a confusão territorial para a intermediação internacional. Não deu outra: em 1º de dezembro de 1900, o presidente da Suíça (Confederação Helvética), Walter Hauser, expediu o bendito Laudo Suíço dando ganho de causa ao Brasil. A terra que a francesada tentou garfar passou a ser terra legitimamente brasileira.

Walter Hauser, suíço como Joseph S. Blatter, o Sepp (Giuseppe) Blatter, de Visp, Canton Valais. Presidente da FIFA, que vem à Brasília para uma reunião com nossa Dona Presidenta. Encontro marcado sem os habituais bons dias de antecedência de lei, dane-se o Cerimonial, quem mandou o cambono dele, aquele francesinho, falar besteira em inglês e ter que botar o galho dentro alegando que seu francês foi traduzido de jeito incorreto? Jornalistas presentes à entrevista do cara, logo provaram sua potoca.

Jérome Valcke: vai tomar no pescoço.”